O Amor de Deus, dos pobres, da Pátria...

Mais uma vez o grupo de Lisboa do VTS se reuniu a 7 de Novembro 2011 na casa das Irmãs em Lisboa. Após o convívio proporcionado pelo jantar em grupo, passamos ao momento de reflexão.
A reflexão teve como ponto de partida a comunicação feita por D. António Ribeiro – Cardeal de Lisboa no encerramento em Fátima a 8 Outubro de 1988, da comemoração dos 150 anos de nascimento de Teresa Saldanha, Fundadora da Congregação Portuguesa das Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena.
O texto foi lido nesta reunião por cada um dos membros do VTS presentes.
D. António refere três traços fundamentais da personalidade de TS que chamou “os três grandes amores de Madre Teresa e que considera corporizar actualidade viva do carisma da Congregação”, são eles: o amor de Deus, o amor dos pobres, o amor da Pátria.
D. António afirma que o “primeiro grande amor da sua vida foi o amor de Deus manifestado em Cristo Jesus”.
TS seguiu sempre o querer Divino e os acontecimentos do dia-a-dia eram o caminho a seguir e todas as contrariedades que se lhe apresentavam eram porque “Deus assim quer ou permite”.
O seu percurso foi sempre tentar não enveredar por “voos místicos nem por extraordinárias manifestações sobrenaturais”. A sua obra era bem terrena e nem por isso deixou de ser uma contemplativa. Foi-o na acção, no quotidiano da existência para acolher e transformar.

O segundo amor de Madre Teresa foi o amor aos pobres.
Sendo rica de bens e cultura, cedo começou a ajudar os pobres. Ela própria escreve:”Em Lisboa nada existia, nesse tempo… portanto a falta tão grande de uma congregação que se dedicasse ao serviço dos pobres e educação de crianças fez-me desejar imenso trabalhar para realizar o meu sonho, o que assim parecia nesse tempo semelhante plano, pelas dificuldades que se julgavam invencíveis”.
Assim a obra se fez, e foi “neste amor preferencial pelos pobres, que MTS mostrou que de nada vale saber línguas e realizar grandes obras se em nós não houver o amor de Deus e dos homens.

Finalmente D. António Ribeiro aponta o terceiro amor de MTS como o amor da Pátria.
TS sofreu todas as perseguições infringidas a partir de meados do séc. XIX às ordens religiosas, mas como portuguesa sempre lutou para que a sua Congregação trabalhasse em Portugal, pois sabia das enormes necessidades sociais de que o seu país padecia.
A sua tenacidade era maior que os obstáculos com que se deparou, o seu amor a Portugal nunca a demoveu na aventura de fundar uma nova congregação religiosa no seu país.
D. António Ribeiro faz referência ao Concílio Vaticano II, que diz: “Os católicos sintam-se obrigados a promoverem o bem comum, na dedicação à pátria e no fiel cumprimento das obrigações civis e façam valer o peso da sua opinião, de modo a que o poder civil se exerça com justiça e as leis correspondam aos preceitos morais e ao bem comum”. (AA.14) e na base destas palavras refere---se à dívida que a sociedade portuguesa ainda tem para com a Fundadora das Dominicanas de Santa Catarina de Sena…
Ao terminar esta exposição D. António Ribeiro concluiu que “os três grandes amores de MT reduzem-se afinal, a um só: o amor de Deus prolongado no amor dos irmãos, sobretudo os mais carecidos”.

Maria Olímpia de Castro
Membro do VTS (Grupo de Lisboa)

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