RETIRO NACIONAL EM FÁTIMA

Abril, é para mim um mês complicado e cheio de emoções
em que o calendário é duro recordando-me momentos de grande tristeza, por outro
lado traz datas que merecem ser celebradas. E mesmo que as datas, sejam apenas
datas, nem sempre é fácil.
Quando surgiu a ideia deste réstio...como poderia perder
oportunidade de parar nesta altura? Parar, para estar com Deus! Sim, Ele está
sempre comigo, eu é que nem sempre tenho o tempo e o silêncio necessário para
interpretar tudo o que Ele me diz.
A minha relação com Deus está tão intensa, que mesmo
tendo estado em retiro há um mês, havia muitos assuntos para por em ordem, uns
porque vinham-se arrastando a algum tempo e ainda não tinha sido capaz de arrumá-los,
outros porque surgiram entretanto. A verdade é que sempre soube que no domingo
sairia com alguns dos assuntos arrumados e com novos desafios, porque acho que
Deus nunca nos deixa “desocupados”, faz parte da nossa relação com Ele.
Este retiro teve vários pontos altos, a caminhada,
oração da manhã, da noite, o silêncio que me retirou varias vezes do espaço
onde estávamos. 
Mas a eucaristia, com todos reunidos à mesa, foi marcante, mais do que senti-Lo de uma forma muito intensa, foi sentir que tal como Jesus fez com os discípulos no passado é Ele que o faz no presente em todas as eucaristias em que participamos. Eucaristias em que não somos só mais um, na atualidade temos a importância que cada discípulo tinha… porque hoje os discípulos somos nós.
Não posso deixar de frisar a oportunidade que tive de
conhecer gente jovem que quer viver com Deus na sua vida. As irmãs, em quem
vejo sempre um sorriso… e têm um abraço tão reconfortante. Poderia dizer que
existe algo de especial no VTS, mas não vale a pena camuflar as coisas, existe
Deus no VTS e por isso são tão especiais. Falo como se não pertencesse ao
grupo, mas eu sei que já faço parte desta família, mesmo quando “analiso” um
pouco como quem está de fora.
Hoje, um dia após o retiro, sei que sou feliz por
aceitar a vida que Deus me tem proporcionado, talvez não tenha sido a que
idealizei, mas como se costuma dizer o que queremos nem sempre é o que
precisamos. Sou feliz porque a aceitação resolve muitas dores, é preciso
aceitar os planos que Deus tem para nós e para os que nos são próximos.
Ele dá-me forças para encarar os desafios do dia a
dia, espero não O desiludir tal como Ele não me desilude, espero poder ser para
o outro aquilo que Ele é para mim e assim ter aquela misericórdia que ele
espera que eu tenha para com os outros.
Regressei a casa, em paz!
Com novos desafios, novos sentimentos e outras questões…mas sem pressas porque sei
que as respostas aparecerão a seu tempo.
Ana Cristina
Comunidade de Lisboa
Abril de 2016

