150 ANOS A PENSAR NOS MAIS NECESSITADOS
150 ANOS A PENSAR NOS MAIS NECESSITADOS
Teresa
de Saldanha, fundadora da congregação das Dominicanas de Santa Catarina de
Sena, foi lembrada no dia 13 de novembro, em Alfama, 150 anos depois do início
da sua obra em prol dos mais desfavorecidos.
O
presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, assinalou os 150
anos do trabalho pioneiro em defesa da dignidade feminina de madre Teresa de
Saldanha, descerrando em Alfama uma placa comemorativa no local onde a
religiosa iniciou a sua atividade. “Um dia de memória de alguém com uma visão
muito grande antes do tempo, sobretudo na educação de jovens, com a preocupação
de combater a exclusão e contribuir para a dignidade de todos. Este é também um
momento de futuro e de pensar que podemos andar para a frente, ajudando os mais
vulneráveis a encontrar o seu caminho”, afirmou.
Foi
um momento de festa no bairro, onde não faltou Fado, poesia e um coro de jovens
do Externato de São José e do Lar Madre Teresa de Saldanha. De seguida o edil,
acompanhado pela presidente da Junta de Freguesia de São Vicente, Natalina
Moura, visitou o Núcleo de Apoio Local “NAL” no Campo de Santa Clara, que conta
com o apoio financeiro da autarquia e é gerido pela “Associação João 13”,
antiga “Fábrica dos Botões”, que hoje presta apoio aos sem-abrigo e onde
outrora Teresa de Saldanha acolhia meninas carenciadas.
Uma
vida pelos pobres
Há
150 anos, no dia 13 de novembro de 1868, Teresa de Saldanha deu início à missão
evangelizadora da congregação das Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena,
na Calçada do Cascão, n.º 5, Bairro de Alfama. Para comemorar esta data, a
congregação convidou as pessoas a estarem presentes naquele local para “uma
breve homenagem”, onde foi colocada uma placa que assinala a obra desta Irmã.
Na antiga Fábrica dos Botões foi servido um jantar a algumas pessoas que vivem
sem abrigo, apoiadas pela “Associação João 13”.
De
salientar que nesta antiga fábrica Teresa de Saldanha acolhia famílias
carenciadas e crianças que ali trabalhavam duramente e em situação de pobreza
extrema. Segundo antigos relatos, meninas de 12, ou mesmo 20, aparentavam ter
oito anos de idade devido ao estado de fraqueza em que se encontravam. Madre
Teresa fundou nesse local uma escola nocturna para dar instrução a estas jovens
que trabalhavam na fábrica cerca de 14 horas por dia. Hoje a ”Associação João
13”, fundada por Frei Filipe Rodrigues, também Dominicano e pároco da Igreja do
Alto dos Moinhos em Benfica, acolhe naquele espaço população sem-abrigo.
Cerca
de 40 utentes podem, diariamente, aí tomar banho e receber, numa sala de
convívio, uma refeição quente. Nesta mesma sala irá ficar exposto um quadro com
Teresa de Saldanha, em homenagem ao trabalho que desenvolveu com os mais
humildes.
Maria
da Conceição Mascarenhas, voluntária no NAL, trabalhou durante 40 anos como
enfermeira na área da saúde pública. “Faço este trabalho por amor e porque
estas pessoas precisam de ajuda. Estes projectos são muito importantes na nossa
cidade”, disse.
http://www.cm-lisboa.pt/noticias/detalhe/article/150-anos-a-pensar-nos-mais-necessitados?fbclid=IwAR2pFpkA6E8AJ5Gb4oRuCXr1GRpgwUjjDlib6ivLWxvoKKxmX-_sOKYZNVQ
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