O Sonho da Paz: Viver a Fraternidade numa Terra de Muros
  Papa Francisco, para o Dia Mundial da Paz 2020, escreveu: “A Paz é um bem precioso, objeto da nossa esperança. Por ela aspira toda a humanidade. Assim, a esperança é a virtude que nos coloca a caminho, dá asas para continuar, mesmo quando os obstáculos parecem intransponíveis.”
Foi este o tema que no passado dia 13 janeiro de 2020 fomos desafiados a discutir e refletir, na companhia do Frei José Nunes OP, no Centro Universitário de Fé e Cultura (CUFC) com a organização do grupo Voluntariado Teresa de Saldanha (VTS) de Aveiro. De forma desafiadora e cativante, num espaço de 2 horas, reconstituiram-se e os sobre novos (mas velhos) ideais.
A reflexão começou com uma simples pergunta: o que é a Paz?
Afinal, o que é a paz? Diariamente usamos esta palavra em diferentes contextos: “Deixa-me em Paz”; “Este sítio traz-me Paz”; “Tens que fazer as pazes com o teu amigo”… Ouvimo-la desde pequeninos, defendemo-la na escola, nos discursos políticos. Usamo-la como argumentos em conflitos. Mas, afinal o que é a Paz? Esta palavra tão pequena, mas com um poder tão grande?
Como disse o Frei José Nunes OP a Paz é um sonho. Um sonho que acompanha a humanidade desde o início dos tempos. Um sonho que o Homem tenta alcançar ao longo da sua vida. O sonho da concórdia universal: “O lobo habitará com o cordeio e o leopardo deitar-se-á ao lado do cabrito; o novilho e o leão comerão juntos; a vaca pastará com o urso e o menino brincará com a serpente”. (Is. 11, 6-8). A sua ausência sente-se a nível pessoal, comunitário e global.
Pode dizer-se que a Paz se encontra inevitavelmente, interligada à fraternidade – à fraternidade autêntica. Será esta que irá permitir a superação das barreiras que coabitam connosco que, atualmente são incontáveis: Muros entre fronteiras; “fronteira do asfalto”; exploração ambiental; diferença no acesso escolar, entre outras.
 Através da sua superação alcançaremos a verdadeira Paz, a fraternidade Universal, sendo esta o projeto final de Jesus Cristo
Todavia não basta esperar por ela. É preciso pôr a mão na massa. Como cristãos, devemos dar continuidade ao projeto de Jesus, pois este projeto é renovado e reconstruído diariamente. Para tal, é importante irmos ao encontro do Irmão, superando os nossos medos humanos, que estão maioritariamente na origem dos conflitos, e reconhecer que no outro habita Cristo – “Em Cristo não há judeu ou grego, escravo ou homem livre, homem ou mulher, pois todos vós sois um só Cristo” (Gal. 3,28)
A Paz depende de cada um de nós.
Patrícia Santos
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