Oração - Peregrinos com(o) São Domingos

(convidar as pessoas a escurecerem o local onde se encontram e a acender uma vela)

CÂNTICO:: LUZ TERNA SUAVE 
Que importa
Se é tão longe para mim
A praia onde tenho de chegar
Se sobre mim levar
Pousada a clara luz do teu olhar?
Hoje te peço
Para seres a luz que me ilumina
A plenitude da tua luz divina

Luz terna e suave no meio da noite
Leva-me mais longe
Não temos aqui uma morada permanente
Leva-me mais longe
Luz terna e suave, no meio da noite

Esquece, Senhor
Os meus passos mal andados, meu desamor
Perdoa os meus pecados, eu sei que vais
Raiar a madrugada e não me deixarás abandonada
Se tu me dás a mão
Os meus passos serão firmes no andar
Leva-me mais longe para até ti chegar


TEXTO:: SER PEREGRINO É... (adapt. “Ver para além do olhar”) (espontaneamente cada um lê uma frase)
Ser peregrino é largar o conforto dos passos dados e dos lugares conquistados; 
é saber que uma grande caminhada começa sempre com um pequeno passo; 
é deixar para trás o que pesa no andar e confiar no que há-de vir; 
é dar passos em frente, que são sempre passos para dentro.

Ser peregrino é aguentar subidas íngremes e descansar nas descidas; 
é suportar e saborear o sol, a chuva, o calor, o vento, o frio; 
é saber integrar as dores como parte do caminho;
é não saber nunca quanto falta para chegar.

Ser peregrino é saber continuar quando a firmeza falha nos passos; 
é ter a humildade de pedir ajuda quando sozinho não consegue; 
é saber desistir quando não pode mesmo continuar.

Ser peregrino é alternar o olhar entre o chão que pisa e o destino que procura; 
é saber que cada espaço alcançado é um lugar interior descoberto; 
é correr para a meta, sabendo que é novo ponto de partida.


EVANGELHO:: Parábola do Filho Pródigo (Lc 15, 11-32) (ler por personagens)
Narrador (N) (Ângela): Um homem tinha dois filhos. O mais novo disse ao pai: 
Filho mais novo (Fn) (Ir Ana Lucas): Pai, dá-me a parte dos bens que me corresponde.
N: E o pai repartiu os bens entre os dois. Poucos dias depois, o filho mais novo, juntando tudo, partiu para uma terra longínqua e por lá esbanjou tudo quanto possuía, numa vida desregrada. Depois de gastar tudo, houve grande fome nesse país e ele começou a passar privações. Então, foi colocar-se ao serviço de um dos habitantes daquela terra, o qual o mandou para os seus campos guardar porcos. Bem desejava ele encher o estômago com as alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. E, caindo em si, disse: 
Fn: Quantos jornaleiros de meu pai têm pão em abundância e eu aqui a morrer de fome! Levantar-me-ei, irei ter com meu pai e vou dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus jornaleiros.
N: E, levantando-se, foi ter com o pai. Quando ainda estava longe, o pai viu-o e, enchendo-se de compaixão, correu a lançar-se-lhe ao pescoço e cobriu-o de beijos. O filho disse-lhe:
Fn: Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não mereço ser chamado teu filho.
N: Mas o pai disse aos seus servos: 
Pai (P) (Ir Flávia): Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha; dai-lhe um anel para o dedo e sandálias para os pés. Trazei o vitelo gordo e matai-o; vamos fazer um banquete e alegrar-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi encontrado.
N: E a festa principiou. Ora, o filho mais velho estava no campo. Quando regressou, ao aproximar-se de casa ouviu a música e as danças. Chamou um dos servos e perguntou-lhe o que era aquilo. Disse-lhe ele: 
Servo (S) (Ana Emanuel): O teu irmão voltou e o teu pai matou o vitelo gordo, porque chegou são e salvo.
N: Encolerizado, não queria entrar; mas o seu pai, saindo, suplicava-lhe que entrasse. Respondendo ao pai, disse-lhe: 
Filho mais velho (Fv) (Natércia): Há já tantos anos que te sirvo sem nunca transgredir uma ordem tua e nunca me deste um cabrito para fazer uma festa com os meus amigos; e agora, ao chegar esse teu filho, que gastou os teus bens com meretrizes, mataste-lhe o vitelo gordo.
N: O pai respondeu-lhe:
P: Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e reviveu; estava perdido e foi encontrado.


SILÊNCIO::


PARTILHA:: 
Que palavras podem descrever…
· O filho mais novo?
· O filho mais velho?
· O Pai?


CÂNTICO:: Faz-me experimentar, Senhor
Faz-me experimentar, Senhor 
O mistério do Teu amor 
A grandeza do Teu ser 
Faz-me experimentar, Senhor 

Faz-me experimentar, Senhor 
A força do Teu perdão 
A paz da Tua vida em mim 
Faz-me experimentar, Senhor 

Faz-me experimentar, Senhor 
Esse olhar meigo e profundo 
A eternidade da cruz 
Faz-me experimentar, Senhor 

Faz-me experimentar, Senhor 
Faz-me experimentar, Senhor


TEXTO:: 8ª meditação do Retiro Quaresmal do Papa e da Cúria Romana 2018 (Cardeal Tolentino Mendonça)
A narrativa traz à luz uma família humana como aquela de onde vem cada um de nós, e por isso é um espelho, revelando uma história que nos agarra por dentro, na qual se vê problematizada a relação entre irmãos que manifesta o delicado significado do vínculo filial da trama subtil e frágil de afetos que tecemos uns com os outros. Dentro de nós, na verdade, não há apenas coisas belas, harmoniosas, resolvidas. Dentro de nós há sentimentos sufocados, muitas coisas a aclarar, patologias, inúmeros fios a ligar. Há regiões de sofrimento, questões a reconciliar, memórias e censuras para deixar a Deus para que as cure. O tempo atual é dominado por um desejo à deriva favorável ao surgimento de filhos pródigos, através de atitudes como o arbítrio fácil, o capricho, o hedonismo. Estamos assim cheios, plenos, satisfeitos, domesticados. Mas esta saciedade que se obtém com os consumos é a prisão do desejo.

CAMINHO DO FILHO MAIS NOVO
1. Pedir a herança
2. Afastar-se do Pai
3. Gastar a herança
4. Cair em si
5. Converter-se
6. Levantar-se
7. Regressar, acolhendo a misericórdia do Pai

À necessidade de liberdade do filho mais novo, impelido por fantasias de omnipotência, acrescentam-se as expectativas doentias do filho maior, as mesmas que com grande facilidade se infiltram em nós. Trata-se da dificuldade de viver a fraternidade, a pretensão de condicionar as decisões do pai, a recusa de se alegrar com o bem do outro. Tudo isto cria nele um ressentimento latente e a incapacidade de colher a lógica da misericórdia. Aos passos falsos do filho menor, animado por um desejo à deriva, sobrepõe-se um perigo que consome o filho maior: a inveja, que é uma patologia do desejo, caracterizada pela falta de amor, uma reivindicação estéril e infeliz. O filho maior, que não conseguiu resolver a relação com o irmão, está ferido pela agressividade, barreiras e violência. O contrário da inveja é a gratidão que constrói e reconstrói o mundo. 

CAMINHO DO FILHO MAIS VELHO
1. Dar-se conta do regresso do Irmão
2. Revoltar-se contra o Pai
3. Rejeitar o Irmão
4. Escutar 
5. Converter-se
6. Juntar-se à festa
7. Regressar, acolhendo a misericórdia do Pai

Ao lado das figuras dos jovens, emerge a do pai, ícone da misericórdia: Tem dois filhos e compreende relacionar-se com eles de maneiras diferentes, reservar a cada qual um olhar único. A misericórdia não é dar ao outro o que ele merece. A misericórdia é compaixão, bondade, perdão. É dar a mais, dar mais além, ir mais longe. É um excesso de amor que cura as feridas. A misericórdia é um dos atributos de Deus. Por isso crer em Deus é crer na misericórdia. A misericórdia é um Evangelho a descobrir.

CAMINHO DO PAI
1. Dar-se em abundância
2. Respeitar a liberdade e as decisões dos filhos
3. Acreditar e confiar nos seus filhos 
4. Esperar 
5. Aproximar quando vê os seus filhos, mesmo ao longe, a querer regressar
6. Abraçar no perdão
7. Amar incondicionalmente e rejubilar com o regresso dos seus filhos


CÂNTICO:: TE AMAREI
Me chamaste para caminhar a vida contigo, ´
Decidi para sempre seguir-Te e não voltar atrás, 
Me puseste uma brasa no peito e uma flecha na alma,
É difícil agora viver, sem lembra-me de ti. 
 
Te Amarei Senhor, te Amarei Senhor,   
Eu só encontro a paz e alegria Bem perto de ti (x2)

Eu pensei muitas vezes calar e não dar nem respostas,  
Eu pensei, Na fuga esconder-me ir-me longe de ti, 
Mas a tua força venceu e afinal eu fiquei seduzido, 
É difícil agora viver sem saudades de ti, 
 
Oh Jesus, não me deixes jamais caminhar solitário,
Pois conheces a minha fraqueza e o meu coração,  
Vem, ensina-me a viver a vida na Sua presença, 
No amor dos irmãos na alegria, na paz, na união


HINO:: LOUVOR A DEUS PELA VOCAÇÃO CRISTÃ (1 Pe 1, 1-9) (Ir Alzira)
Pedro, Apóstolo de Jesus Cristo, aos que peregrinam na diáspora do Ponto, da Galácia, da Capadócia, da Ásia e da Bitínia, eleitos por meio da santificação do Espírito, segundo a providência de Deus Pai, para obedecerem a Jesus Cristo e receberem a aspersão do seu sangue. Graça e paz vos sejam dadas em abundância.

(todos rezam)
Bendito seja Deus,
Pai do Nosso Senhor Jesus Cristo,
que na sua grande misericórdia
nos gerou de novo
- através da ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos -
para uma esperança viva,
para uma herança incorruptível,
imaculada e indefectível,
reservada no Céu para nós,
a quem o poder de Deus guarda, pela fé,
até alcançarmos a salvação que está pronta
para se manifestar no momento final.

É por isso que exultais de alegria, se bem que, por algum tempo, tenhais de andar aflitos por diversas provações; deste modo, a qualidade genuína da vossa fé - muito mais preciosa do que o ouro perecível, por certo também provado pelo fogo - será achada digna de louvor, de glória e de honra, na altura da manifestação de Jesus Cristo. Sem o terdes visto, vós o amais; sem o ver ainda, credes nele e vos alegrais com uma alegria indescritível e irradiante, alcançando assim a meta da vossa fé: a salvação das almas.


AÇÃO DE GRAÇAS:: Abraços
Ser peregrino é caminhar em direção ao Pai e descobrir que, desde o início, Ele já caminha connosco. Ser peregrino é aprender que não caminhamos sós, que a nosso lado seguem junto tantos irmãos e que só assim poderemos alcançar o nosso maior destino: o amor.

(cada um é convidado a “dar” um ou vários abraços, dirigidos a todo o VTS ou a pessoas/comunidades em particular, com a seguinte fórmula: 
“Este abraço é para… por…”)


SALVÉ RAINHA::


ANTÍFONA A SÃO DOMINGOS::


CÂNTICO:: DAR MAIS
Se a tua voz trouxer mil vozes p'ra cantar 
Vais descobrir mil harmonias belas que ao céu hão-de chegar. 
Fica mais rica a alma de quem dá. 
Chega mais alto o hino de quem vive a partilhar. 

Tu tens que dar um pouco mais do que tens 
Tens que deixar o pouco mais do que há 
Se vais ficar muito orgulhoso, vê bem 
tens que te lembrar 
És um grãozinho numa praia maior 
e tens que dar o que tens de melhor 
P'ra avaliar a tua alma há leis 
Tu tens que dar um pouco mais do que tens. 

Olhou p'ro céu, sentiu que a sorte estava ali, 
E com valor, foi conseguindo tornar bom o que até era mau. 
E grão a grão construiu o seu poder, 
E pouco a pouco subiu a escadaria do amor. 

O tempo vai e de um rapaz um homem vem, 
Sem medo vê porque o destino vai em frente p'ra servir o bem, 
É tão profunda a mensagem que chegou, 
São tão seguras e largas as pontes que ele deixou.




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