Que fazemos aqui?






Queridos manos e manas!

Neste dia em que comemoramos o 18º aniversário do VTS, em que atingimos a “maioridade”, não podia deixar de dar os parabéns a todos e todas que ao longo destes anos fizeram parte deste caminho, desta família!

A vida é missão e a minha, a tua, as nossas vidas são a “argamassa” que sustentam esta nossa espiritualidade, aquilo que nos une e nos faz um, o ser parte de um todo e o todo ser parte de nós!

Fazer o bem sempre é uma ação, um propósito e um compromisso! É viver a vida como missão!

Deus, na Bíblia faz a seguinte pergunta a Elias “Que fazes aqui?” e a verdade é que as perguntas de Deus são muito mais desconcertantes do que seus mandamentos.

Tal como o santo Papa diz na sua mensagem para o dia Mundial das Missões de 2020 (18 de Outubro) “este caminho missionário de toda a Igreja continua à luz da palavra que encontramos na narração da vocação do profeta Isaías: «Eis-me aqui, envia-me»” a qual “É a resposta, sempre nova, à pergunta do Senhor: «Quem enviarei?!»

Que continuemos a nos sentir enviados e a ser uma luz na escuridão. Que continuemos a rever-nos no barco que navegando por essas águas da vida pode chegar a bom porto.

Que inspiremos e nos deixemos inspirar e que possamos ser resposta, livre e consciente, à chamada de Teresa de Saldanha e de Deus.

São John Henry Newman disse a famosa frase: “Deus me criou para prestar-Lhe algum serviço definido. Ele confiou alguma obra para mim que não confiou a outro. Eu tenho a minha missão. Eu posso nunca saber dela nesta vida, mas ela me será contada na próxima. Eu sou um elo de uma corrente, um laço de conexão entre pessoas. Ele não me criou para nada”.

Podemos nunca saber para que estamos aqui. Tudo o que podemos fazer é ouvir o Senhor que não berra, mas fala em um sussurro baixo, com uma voz mansa e delicada, naquilo que Lukasz Popko OP, da Escola Bíblica, diz ser melhor traduzido como “um tênue silêncio” (1Reis 19,11-12).

Termino dizendo que eu só sei o que fazer hoje e hoje preciso agradecer e dar graças pelo dom do VTS, por serem parte da luz que ilumina o meu caminho!

André Silva 


tu que conheces as pedras
em que tropeçamos
ou em que fazemos os outros tropeçar
porque é essa e a lógica do desejo
que nos cega os olhos
e nos  traz acorrentados à ambição e ao ressentimento,

abre o nosso coração ao acolhimento
que não aliena
e os nossos olhos ao Evangelho
que não se muda em ídolo

pedimos-te, Deus,
que não nos tornemos obstáculos 
uns para os outros,
nem o saber violento da violência
seja a palha no olho do irmão que julgamos sempre,
nós que vivemos debaixo da tua cruz
esperando que se cumpram em nossa vida
os dias da tua criação contínua
e o dom do teu amor no Cristo
que venceu a morte
e no Espírito que nos faz rezar-te
hoje e nos dias todos da nossa esperança

José Augusto Mourão em O Nome e a Forma, ed. Pedra Angular

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