Cartas para Teresa de Saldanha - Família Silva




Olá querida Teresa, esperamos que esta carta te encontre bem!
Estamos a escrever-te para, do nosso coração, te falar um pouco ao teu coração!
Já nos conhecemos há algum tempo, mas há sempre tanto para aprender contigo… e é tão bom quando alguém partilha características ou episódios teus que ainda não conhecíamos!
Foi no verão de 2012, através de uma amiga em comum que nos pediu para que a acompanhássemos à tua casa… a casa que sem sabermos te foi e é muito especial, que iniciámos este caminho contigo.
 Desde esse dia ficámos ao teu lado, sendo membros do Voluntariado com o teu nome: Voluntariado Teresa de Saldanha e tendo também como nosso lema o teu: “Fazer o bem sempre”. Ao longo do tempo quisemos-te conhecer mais e melhor, bem como descobrir todas as tuas imensas obras e todas aquelas pessoas a quem tocaste nas suas vidas…almas, nos seus corações! 
Nós como VTS tentamos levar-te mais longe, dar-te a conhecer e sobretudo, fazer o bem em silêncio como tu tão bem o fazias. Como família que somos já passamos este ADN à nossa pequena filha e tentamos guiá-la pelo caminho da felicidade que vem de Deus. O matrimónio é também uma vocação e um caminho de santidade e esse caminho é muito mais fácil quando temos exemplos como tu que nos incentivam a sermos cada vez mais sinais de Deus e testemunhas de uma vida plena no Seu amor.
Foste, e és, uma sempre amável e agradável surpresa! Sabes? ao ler as tuas cartas sentimos cada palavra como se de um beijo ou um abraço se tratasse tal é a delicadeza e o carinho com que as escrevias quer fossem para familiares, irmãs da Congregação ou outras pessoas com quem lidaste. Como gostaríamos de ser nós a receber uma das tuas gentis cartas. Mas a verdade é que ainda hoje nos falas de diversas formas e em diversos momentos das nossas vidas.
A mim (Ângela) dizes-me muitíssimo. Toca-me imenso a tua vertente pedagógica. Muitos pedagogos estudei na faculdade, mas com toda a certeza posso afirmar que tu, Teresa, deverias também ser estudada como pedagoga nas nossas Universidades, especialmente nas áreas dedicadas à Educação. Para mim és uma inspiração como educadora e como professora. Identifico-me tanto contigo e com as tuas práticas! O olhar que tinhas sobre cada criança/jovem fascina-me. Vias cada menino ou menina como um ser individual e jamais lhes tiraste a dignidade ou a importância única que possuíam. Esse olhar vinha de Deus… as tuas ações vinham de Deus… a tua fé…a tua força e resiliência vinham também do nosso bom Deus. A tua fonte… o teu centro de vida sempre foi Deus e a tua vida é fértil em ações que derivavam de quem estava em permanente contacto com Ele. 
Agora encontro-me a trabalhar diretamente numa das tuas casas/escolas e, todos os dias, tento não esquecer a tua linha pedagógica sempre tão humana. Ao trabalhar num dos teus colégios sinto que a minha ação tem muito mais sentido e sinto-te tão perto de mim…tu sabes as conversas que costumamos ter! No externato respiro-te…vejo-te nos olhos, nos sorrisos e nas conquistas de todas as crianças. É fascinante perceber o encanto e a curiosidade que as crianças e jovens têm por ti. Ah, como gostaria de correr para ti e contar-te tanto o que me vai no coração!
Eu (André), posso dizer que não te conhecia, mas fui-te conhecendo, não te amava, mas fui-te amando e hoje posso cheio de alegria dizer que quanto mais te conheço, mais te amo.
À tua mesa nunca ninguém se sentiu menos ou a mais; na tua casa nunca ninguém foi mal recebido ou abandonado e no teu coração, nunca tiveste para todos menos do que a medida inteira e plena do teu amor!
Como tu tão bem nos mostraste, com a tua simplicidade e profundidade tão característica, nós não somos o nosso nome, nem a nossa família, profissão, dinheiro, poder, posição social ou mesmo as nossas meras capacidades. Nós somos tudo e apenas aquilo que nos diferencia dos outros e tu soubeste, e ainda hoje sabes, fazer e marcar a diferença!
Queria dedicar-te três simples palavras: Obrigado; desculpa e por favor: Obrigado por seres o “fio de prumo” que nos ajuda a manter em linhas direitas as “paredes” do nosso matrimónio que dia à dia vamos construindo bem como direitos e certos os nossos passos no caminho de santidade que escolhemos e obrigado por seres a “argamassa” que dá sustento à nossa espiritualidade Dominicana, sem a qual seríamos apenas “pedras soltas” que facilmente ruiriam.
Desculpa por nem sempre conseguir ser a tua melhor face e nem sempre saber ser sinal de Deus na vida de quem me “olha”. Desculpa pela falta de força e coragem para me entregar todo e plenamente, tal como tu o fizeste.
Por favor…por favor Teresa, continua a olhar-me sorrindo para que nunca me falte a força e por favor dá-me alento para poder ir mais além, onde o além seja não o que eu quero mas o que Deus quer. 
(Maria) Queria-te agradecer por tudo o que fizeste por nós e por teres fundado o Externato de São José, onde agora estudo e sou muito feliz!
Obrigada…..um beijinho desta família que gosta muito de ti!

Lisboa, 11 de maio de 2021


 

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